Som de Quarentena - Bad Religion "The Handshake"

03/05/2020

Olá meus queridos!!

Como estão nessa quarentena?? Tudo certo?? Todo mundo EM CASA e tomando os devidos cuidados?? (Espero que sim neh? - Não vamos propagar a burrice Presidencial e 'peidar mais ainda na farofa' com algo tão sério quanto a pandemia e os riscos de sua disseminação/contaminação).

Bem, dei uma sumida legal desse Blog que me faz tão feliz em mergulhar nos sons que eu amo e curto mostrar pra vocês, mas vou reaparecendo de mansinho com o tempo que me resta pra deixar coisas boas por aqui beleza?! o/

Sem mais delongas, quero deixar pra quem não conhece e também para os que já conhecem, esse som do "Bad Religion" que tenho ouvido freneticamente nesse momento em casa fazendo minhas paradas e cuidando da minha pessoa ;) 

O Bad é som da minha adolescência, onde eu comecei o gosto musical com bastante Punk Rock, e sempre me acompanhou na minha jornada ao longo desses 30 aninhos de vários descobrimentos e enriquecimentos musicais.

O álbum em questão é o "Stranger Than Fiction"  de 1994 mas vamos começar falando um pouco da banda e sua trajetória.

"Bad Religion" teve seu início em 1980 na Califórnia e teve diversas fases das quais vamos abordar um pouco por aqui. 

Formada pelos estudantes: Greg Graffin (vocal), Jay Bentley (baixo), Jay Ziskrout (bateria) e Brett Gurewitz (guitarra) conhecido popularmente como Mr. Brett, foram fortemente influenciados pelas primeiras bandas de punk rock como Ramones, Black Flag e The Clash. Em 1981 a banda lançou seu primeiro EP homônimo, através de sua recém aberta própria gravadora a Epitaph Records, que era gerenciada por Gurewitz.

No ano seguinte a banda lançou o primeiro álbum 'How Could Hell Be Any Worse?' Durante sua gravação Jay Ziskrout deixou a banda, tendo sido substituído pelo o amigo e roadie da banda Peter Finestone, trazido para completar o resto do álbum. Embora ainda não tenha sido creditado como membro da banda, teve a participação do futuro guitarrista Greg Hetson que esteve na banda "Circle Jerks" durante esse período, e fez um solo de guitarra na canção "Part III". 

'How Could Hell Be Any Worse?' foi super bem recebido e considerado um dos melhores álbuns da banda. Um discão cru com temas e letras bem familiares ao punk rock: As armadilhas da fé cega. A subjugação dos fracos pelos poderosos. A exploração dos devotos por evangelistas corruptos da TV. A decadência moral do sonho americano. Excesso de população, poluição e destruição do planeta. Repetição dos erros do passado. O fomento da agitação política. Anarquia, Armagedom e Apocalipse - abordagens típicas do estilo, mas ainda assim, um soco na fuça e é difícil não gostar da exuberância juvenil e da crença sincera explorada no álbum. Zack de La Rocha do RATM comentou que: "o álbum era tão assustador quanto os desenhos do inferno", e que a música "Fuck Armageddon...This Is Hell" mudou sua vida. 

Em 1983 foi lançado o álbum "Into the Unknown", um álbum de rock progressivo não popular entre os fãs mais assíduos (na verdade bem odiado hahaha), mas que eu particularmente gosto pois acho bem experimental e ousado, e estas características o deixam bem interessante pra mim (e tem o detalhe de super me lembrar o álbum "Animals" do Floyd) gosto é igual c* neh gente?! hauhuahuhaua. No ano seguinte, Greg Hetson do "Circle Jerks" (mencionado no álbum acima), entrou na banda para substituir Gurewitz, que estava em reabilitação por problemas com drogas. A banda voltou ao seu estilo do primeiro EP, mas terminou logo após.

Após isso, a banda se reuniu e foi lentamente reformada, com Jay Bentley sendo chamado por Greg para voltar ao grupo. Após ter sido assegurado que a lista de faixas do primeiro concerto de volta consistiria na maioria das faixas do álbum "How Could Hell Be Any Worse?" ele aceitou voltar à banda para este concerto, mas acabou retornando como membro oficial. Brett Gurewitz, agora reabilitado, também foi convencido a voltar à banda. 

Lançaram então, o álbum "Suffer" em 1988, oficializando a volta ao punk rock (discasso aliás \o/ - músicas rápidas e pra cima - ideais pra uns mosh bem gostosin hahaha) e teve a participação das meninas da fascinante banda L7 que eu adoro. Os álbuns "No Control" (1989) e "Against the Grain" (1990) aumentaram a popularidade da banda, seguidos de Generator (1992). Em 1991, antes das sessões de gravação de "Generator", o baterista Pete Finestone deixou a banda para focar-se em sua outra banda 'The Fishermen', que havia assinado contrato com uma grande gravadora, tendo sido substituído por Bobby Schayer.

Em 1991 também foi lançado o primeiro álbum de compilação, "80-85" um repacotamento de "How Could Hell Be Any Worse?", "Bad Religion" e "Back to the Known", além das três contribuições da banda para o EP Public Service. Esse álbum está atualmente fora de circulação, tendo sido substituído pelo relançamento de "How Could Hell Be Any Worse?" de 2004, com a mesma lista de faixas. 

Com a ascensão do rock alternativo e do grunge na grande mídia, a banda deixou a Epitaph Records para assinar contrato com a Atlantic Records, re-lançando então seu sétimo álbum de estúdio "Recipe for Hate" (1993) agora em uma grande gravadora. 

O álbum foi seguido de "Stranger Than Fiction" (1994) de onde sai nosso Som de hoje, e embora tenha sido um momento complicado para a banda com a saída de Gurewitz que deixou a banda novamente logo após seu lançamento, o álbum atingiu o número 87 na parada de álbuns da Billboard 200 e recebeu também a primeira certificação da RIAA para a banda, o ouro, com mais de meio milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos. 

Neste álbum temos 15 faixas e a participação nos vocais de Tim Armstrong do Rancid em "Television", e Jim Lindberg da Pennywise em "Marked. O álbum em si passeia na órbita daquela fórmula testada e verdadeira da banda, riffs e backing vocals com a sonoridade que são sempre essência na banda, porém, desta vez seguidos por uma sonoridade mais pop e melódica, talvez inspirado pelo sucesso descontrolado da gravadora Epitaph com a banda "The Offspring", Gurewitz pareceu empurrar a banda em uma direção mais comercialmente amigável (levando em conta que a maioria das canções mais pop e melódicas são feitas por ele) - o que não o classifica como um álbum ruim, na verdade é um álbum muuuuito massa na minha opinião, possui linhas de baixo memoráveis e músicas que não se esquece mesmo quando se passa um tempo sem ouvir a banda.

Hoje quero deixar a faixa 05 "The Handshake" que me fez questionar muito sua letra e significado, tentando decifrar o que Graffin poderia estar querendo dizer. Eu amo Música, por ser esta arte que para cada pessoa as letras podem ter um significado, talvez posso pensar significar uma coisa e o criador ter pensado algo totalmente diferente - Acho isso Espetacular! 

Quando ele diz: "Handshakes are nothing but a subtle: fuck you" me parece uma crítica muito pertinente a sociedade moderna e seus contratos, jogos de interesse, busca por patrocínio e uso do poder para dominação. Quando você procura o significado de um 'aperto de mão' você logo se dá conta dos exemplos cartesianos de antropomorfismo, antropomorfismo é o estudo do vínculo humano através de gestos triviais. Daí você logo saca o contexto do gesto e de toda a letra da música e sobre como o Graffin teve tanto a manha de usar sua área de conhecimento pra dizer isso: "Every time you shake someone's hand/ It determines where you stand/ And if you won't uphold your side then it's better to/ Fend for yourself/ Fend for yourself/ Fend for yourself and shun the handshake" é sobre o direito do homem de desconsiderar completamente o vínculo entre dois homens em um aperto de mão - isso pra mim soa tão transgressor quando se trata de comportamento social e fiquei viajando nisso o dia todo vendo as coisas do Graffin hahaha, estou 'meio' apaixonada com a forma de composição dele e de como seu intelecto é vasto e interessante.  

Bem, sobre a banda ela continuou seus trabalhos sem Gurewitz até 2002, quando ele definitivamente voltou para a banda e eles continuam até hoje em atividade (com algumas mudanças de formação - claro) mas lançando ótimos trabalhos, inclusive recomendo o álbum de 2019 "Age of Unreason" que traz metáforas bem escritas e críticas sociais que evidenciam os problemas que os Estados Unidos e o mundo viveram na última década, e são muito atuais e de extrema importância para reflexão.

Boa noite queridos! Até breve! 

=)

Site Oficial: https://badreligion.com/ 


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